quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

TIRADOS PARA FORA PARTE 3

Estudando os Evangelhos e o livro de Atos, eu encontrei um movimento comum que ocorreu no ministério do Senhor, dos apóstolos, de Barnabé, de Paulo, e assim sucessivamente. Existe ali uma clara cadeia de discipulado que começa com o Senhor Jesus e vai até Priscila e Áquila, Timóteo, etc. Mas como isso se sucedeu? Vejamos... O modelo de liderança de Jesus Primeiro veio o Senhor Jesus, que saiu de sua “terra” e veio até nós, certo? Pois logo no início do seu ministério Ele toma uma decisão muito importante que se torna o cerne de sua jornada: fazer discípulos. E ele fez, começando por Pedro e André: “E Jesus, andando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos -Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, os quais lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. Disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Eles, pois, deixando imediatamente as redes, o seguiram.” (Mt 4.18-19) Logo depois Jesus chama a Tiago e João: “E, passando mais adiante, viu outros dois irmãos -Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, no barco com seu pai Zebedeu, consertando as redes; e os chamou. stes, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no.” (Mt 4.21-22) Destes versículos já podemos tirar grandes lições: a primeira é que o líder deve chamar seus seguidores. A segunda é que os discípulos devem deixar tudo para trás, e seguir seu líder. O discipulado de sucesso é aquele que o líder chama seu liderado e este o segue imediatamente, deixando tudo para trás. O que isso significa? Significa que o líder adota o discípulo como um filho, assumindo-o em todas as responsabilidades e condições. Onde estavam Pedro e André? No barco, trabalhando... e o barco ficou para trás. E agora, quem paga as contas? O líder! Onde estavam Tiago e João? No barco do pai, trabalhando... e o barco e o pai ficaram para trás! E agora, quem é o pai deles? O líder, Jesus. Mas e nós, estamos chamando nossos seguidores para assumirem um discipulado a esse nível? Estamos dispostos a pagar as suas contas, a cobri-los como pais espirituais e torná-los nossos filhos? Jesus tornou-se pai dos seus discípulos (Jo 21.5). Eu imagino que Pedro, André, Tiago e João tomaram essa decisão radical porque sentiram firmeza em quem os estavam chamando. Isso é muito sério! Quando eu decidi tornar-me discípulo do meu pastor, ele por sua vez me adotou como filho, e não somente eu, mas minha esposa e minhas filhas também. Ele me sustentou, me apoiou e dividiu o prato comigo e com minha família. Até hoje comemos na mesma mesa e, se necessário, comemos no mesmo prato. Essa é a confiança que eu tenho no meu pastor. Esse é o caráter de um líder como Jesus. Ele assume o papel de pai, torna-se pai mesmo. Mas e nós, estamos transmitindo a mesma confiança a nossos liderados? Será que eles confiam em nós a tal ponto? Esse é um bom sinal: “eles, pois, deixando imediatamente as redes, o seguiram”. O discipulado de sucesso começa com o líder em ser verdadeiramente pai dos seus discípulos; e termina com os discípulos em confiarem totalmente em seu líder e o seguirem. Vejam o exemplo de Levi em Lc 5.27-28: “Este, deixando tudo, levantou-se e o seguiu”. Ser seu discípulo tem que valer a pena, senão ninguém te seguirá. Primeiro o líder chama os seus seguidores e os adota, mas depois disso ele deve treinar e capacitar os seus liderados. Vejamos o exemplo do Senhor Jesus: “Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos, e Ele se pôs a ensiná-los...” (Mt 5.1-2) E ali o Senhor ditou o sermão do monte, e também deu várias advertências e ensinos aos discípulos. Ou seja, Ele ensinou, treinou e capacitou os discípulos. Os seus liderados devem receber de você o ensino, eles tem que conhecer a sua voz, sentir o seu ritmo, eles têm que conhecer até mesmo a batida do teu coração! (Jo 21.20). Você sabe como é que as ovelhas passam a conhecer a voz do pastor, ao ponto de sentirem a batida do seu coração? Quando ele as carrega no colo, encostadas em seu peito. Será que nossas ovelhas têm sentido o nosso calor? Ai irmãos! Os teus discípulos têm que se sentir preparados e confiantes para a missão que virá a seguir. Eles têm que sentir que o seu ensino é verdade, senão eles não acreditarão em você. Eles têm que se sentir sustentados em teus braços, senão não valerá a pena obedecer quando você os chamar para a missão. Após tê-los dado o treinamento necessário, Jesus os envia para um teste prático no campo: “E, chamando a si os seus doze discípulos, deu-lhes autoridade...” (Mt 10.1) “A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções...” (Mt 10.5) “Eis que vos envio...” (Mt 10.16) Vejam que está muito clara a cobertura que o Senhor deu aos seus liderados: Ele os enviou dando lhes autoridade, respaldo, Ele confiou em seus discípulos. E eles foram com a certeza de que o Senhor está os cobrindo. Vejam que Jesus os instruiu perfeitamente sobre a missão. Ele não os lançou num “buraco negro” ou numa fogueira. Eles sabiam exatamente o que tinham que fazer, porque o Mestre foi muito claro em transmitir-lhes a ordem. Discipulado é isso: os liderados conhecem o teu coração, eles entendem a tua mensagem e seguem a sua ordem porque a tua liderança está muito clara e transparente, a tua mensagem está nítida e eles estão reconhecendo em você um líder que vale a pena seguir. Se a sua liderança não estiver acontecendo dessa forma, é hora de reavaliar a sua forma de liderar seus discípulos. E, depois de tudo isso, no retorno da missão, o Senhor os recepciona para um momento a sós, em comunhão: “Reuniram-se os apóstolos com Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Ao que ele lhes disse: Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que vinham e iam, e não tinham tempo nem para comer. Retiraram-se, pois, no barco para um lugar deserto, à parte.” (Mc 6.30-32) Outro segredo na liderança de Jesus: nós líderes devemos ser um porto de refúgio para os nossos liderados. Eles devem encontrar em nós um coração preocupado com eles, um refúgio mesmo. Se eles estão cansados, eles têm que encontrar em nós o descanso. Lembra do Salmo 23? “Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas” (v. 2). Você tem guiado seus discípulos a pastos verdejantes e a águas tranqüilas? Pois o Senhor Jesus fez isso com os seus discípulos, e nós devemos fazer o mesmo também. E agora, no final, quando os discípulos já estão prontos, o Senhor Jesus definitivamente os envia para serem líderes como Ele foi e a fazerem o mesmo que Ele fez. Primeiro Ele chamou, depois ensinou, treinou e os capacitou, depois levou-os para o teste prático dando-lhes autoridade e, finalmente, os ordenou para a missão da Igreja: “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo:Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28-18-20) “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra. Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos.” (At 1.8-9) Pastores, tentem me compreender com espírito manso e humilde. É aqui que nós estamos cometendo os piores erros com os nossos liderados, não depositando sobre eles a confiança que eles merecem após eles mesmos terem depositado toda a confiança em nós como pastores, como líderes que vale a pena seguir. Nós não estamos formando apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, mas estamos formando gerentes de filial, suplentes, substitutos de ocasião. Não foi isso que o Senhor Jesus fez! Ele subiu aos céus, Ele voltou para casa! E Ele confiou totalmente nos seus discípulos, tornando-os apóstolos e entregando-lhes as chaves do Reino aqui na Terra. Agora era com eles; o Senhor dependia da fidelidade deles, mas Ele chamou, ensinou, treinou, e agora enviou mesmo! Se deu certo com os apóstolos, por que não daria com os nossos melhores líderes? “Dar-te-ei as chaves do Reino dos céus...” (Mt 16.19) Ele disse para Pedro. Ele deu para Pedro essas chaves, e continua dando essas chaves a nós até hoje, mesmo não merecendo. Ele acredita em nós assim como acreditou em Pedro. Por que não faríamos o mesmo com nossos discípulos? Não faríamos o mesmo somente se não acreditássemos em nossa própria liderança. Eu e você precisamos ser humildes para reconhecer e mudar. O modelo de liderança dos apóstolos na vida de Paulo A história de Deus na vida de Paulo começa com o martírio de Estêvão. Ele estava ali e vendo tudo aquilo, e consentiu com a morte daquele homem (At 7.56-60). A história segue narrando a fúria que Saulo nutria contra os cristãos (At 9.1-2) quando Ele se pôs no caminho de Saulo, e a história mudou (At 9.3-4). Mais uma vez Jesus atua dentro do seu chamado missionário para mudar a história, antes na vida dos apóstolos, e agora na vida deste que foi o maior homem de Deus narrado no Novo Testamento. O bastão foi passado (At 9.15-16). Saulo se converteu. Então Paulo torna-se discípulo de Ananias, seu primeiro pastor (At 9.18-19). Depois de muitos dias, Paulo vai até Jerusalém para aprender com os apóstolos (At 9.26-27). Agora seu discipulado foi com aqueles que foram testemunhas oculares da história de Jesus na Terra; aqueles que aprenderam diretamente com o Mestre. Provavelmente foi aqui que Barnabé conheceu a Paulo, e este passou a ser discipulado diretamente por Barnabé, seu principal discipulador como vimos anteriormente. Agora Saulo torna-se discípulo de Barnabé, e este o leva para Cesaréia e também para Tarso, cidade natal de Saulo. Desde Damasco, quando Paulo ainda era discípulo de Ananias, ele prega e exerce o seu chamado – ou seja, já foi logo praticando tudo o que aprendeu. Lembra quando o Senhor comissionou os discípulos para “treinarem”? (Mt 10). Saulo está treinando... Quando Barnabé retorna de Antioquia para Tarso à procura de Saulo, este é levado por Barnabé para Antioquia, e ali o discipulado de Barnabé na vida de Saulo tornou-se ainda mais intenso, aprendendo e praticando também em Antioquia (At 11.26). Um ano depois, estando Barnabé e Saulo servindo e jejuando na Igreja de Antioquia, o Espírito os chama para, enfim, cumprirem o chamado apostólico (At 13.1-2). É o Espírito Santo quem os envia. Observe que ocorreu na vida de Saulo o mesmo crescimento que houve na vida dos apóstolos: chamado – aprendizado – treinamento – ordenação. Agora ele é chamado e guiado pelo Espírito Santo para a obra, mas continua tendo um pastor sobre a vida dele. Mas observe também que Barnabé é o primeiro nome entre os profetas e mestres de Antioquia, e Saulo é o último. Saulo agora é apóstolo, mas o discipulado não termina aqui. O que eu aprendo com isso? Que não existe nenhum relato bíblico que nos mostre que Barnabé ou outro líder da igreja exercia governo sobre o ministério de Paulo – é o Espírito Santo quem edifica a Igreja – mas Paulo continua tendo um pastor que cuida dele, para que ele cumpra o seu chamado: “Separai-me agora, para a obra que os tenho chamado”.
Da mesma forma que o Senhor Jesus formou os apóstolos, Paulo também foi formado: 1. chamado – 2. ensino – 3. treinamento – 4. ordenação.
Seria o modelo de liderança de Paulo na vida de Áquila e Priscila, esse “seminário do Espírito Santo”, a única coisa que Paulo aprendeu a fazer? Foi o que ele aprendeu com os apóstolos, que por sua vez aprenderam com o Senhor Jesus: Ir e fazer discípulos de todas as nações, pregar o Evangelho a toda criatura, desde Jerusalém, Samaria e toda a Judéia, até os confins da Terra. Foi isso o que ele aprendeu, e foi somente isso o que ele fez. Em todo o seu ministério, desde At 13.1 até 2Tm 4.6, Paulo apenas cumpriu a ordem dada pelo Senhor Jesus em Mt 28.19-20, Mc 16.15, Lc 24.47 e At 1.8 . Podemos notar o mesmo modelo de formação de discípulos também na vida de Áquila e Priscila. Em At 16.1-5, depois do episódio de separação entre Paulo e Barnabé, um discípulo se sobressai: Timóteo, e Paulo o adota como filho em seu ministério (lembram de Jesus, que adotou os apóstolos? E de Barnabé, que adotou a Saulo?). E em todas as viagens, em todas as cidades e igrejas que Paulo estabelece, Timóteo o segue como fiel discípulo. É o discipulado de Jesus se repetindo também no ministério de Timóteo... Mas em At 18.1-4, quando Paulo chega a Corinto, ele conhece o casal Áquila e Priscila. Como Paulo e Áquila são do mesmo ofício, os dois passam a trabalhar juntos. Paulo permaneceu em Corinto por um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus (At 18.11). O livro de Atos não relata com detalhes, mas podemos entender que um discipulado direto de pai para filho se iniciou ali entre Paulo e o casal Áquila e Priscila.
Quando Paulo posteriormente escreve para a igreja de Corinto, ele saúda a Áquila e Priscila, e a igreja que está em sua casa (1Co 16.19). Aqui Paulo escolheu os discípulos e os ensinou. Depois de um ano e meio, quando Paulo viaja para Éfeso, ele leva consigo Priscila e Áquila, para juntos estabelecerem naquela cidade uma igreja (At 18.18-19). Uma igreja foi estabelecida em Corinto através de Paulo, onde eles foram evangelizados e ensinados. Agora, em Éfeso, Paulo estabelece uma igreja com a assistência de seus dois “filhos” Áquila e Priscila. Observem o detalhe do versículo 19: “chegados a Éfeso, deixou-os ali...”. Paulo confiou totalmente em Áquila e Priscila para estabelecerem aquela igreja! Paulo estava sempre por perto, ajudando e observando, mas aquele era o “teste prático” de seus discípulos, e a Igreja de Éfeso foi estabelecida. Notem o mesmo movimento: primeiro Paulo os escolheu; depois ele os ensinou; depois os levou para o treinamento prático em Éfeso; e agora chegou a hora dar-lhes autoridade... A Bíblia novamente não nos conta os detalhes, mas podemos entender que a Igreja de Roma não foi estabelecida por Paulo (Rm 1.11 e 15) e a saudação final na carta aos Romanos revela que a igreja reunia-se na casa de Áquila e Priscila (Rm 16.3-5). Eu te pergunto: quem mais poderia ter estabelecido a igreja de Roma? Com o fato dessa igreja reunir-se na casa de Áquila e Priscila, e isso só poderia ter ocorrido após o treinamento deles em Éfeso, eu entendo que somente eles poderiam ter estabelecido a igreja de Roma (no contexto do ministério de Paulo), mas sem o Ap. Paulo. Em algum momento não revelado na Bíblia, Áquila e Priscila foram ordenados para o ministério, e foram para Roma. Por quê Roma? Primeiro porque eles já haviam morado lá (At 18.2). Eles conheciam a cidade, os costumes, as pessoas de lá. Segundo: Roma era na época a capital do mundo, e estabelecer uma igreja lá seria fundamental para prosseguir a ordem do Senhor: “...até os confins da Terra”. Roma seria a cidade de onde a igreja iria alcançar definitivamente os confins da Terra. Por que Paulo não foi para Roma com Áquila e Priscila? Porque após a terceira viagem Paulo vai a Jerusalém para a festa de Pentecostes (At 20.16; Rm 15.25), onde foi preso conforme a revelação de Ágabo (At 21.10-13; 21.17...). Então os seus melhores discípulos, que aprenderam, foram treinados e aprovados, e que já conheciam os costumes locais, sem dúvida foram os mais indicados para essa obra. “E à nossa amada Áfia, e a Arquipo, nosso camarada, e à igreja que está em tua casa”(Fl.12). “Saudai aos irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. (Cl. 4:5). O local de ensino e treinamento será sempre a casa e nunca a instituição. A instituição é lugar para comunhão e repartir o pão!
Paulo tinha toda a confiança que eles fariam um excelente trabalho. Completou-se o discipulado de Paulo na vida de Priscila e Áquila: de discípulos a apóstolos. Assim como Paulo, Barnabé e os apóstolos. Lembra-se de Timóteo, que Paulo o havia chamado para seguir com ele? Pois Timóteo serviu no ministério de Paulo na segunda e na terceira viagem missionária, sendo posteriormente enviado juntamente com Silas (que também tornou-se discípulo de Paulo) para a Macedônia, depois do treinamento, tornou-se o pastor da igreja em Listra (ver At 16.1-2; 1Tm 1.1-2; 2Tm 3.11). E assim foi durante séculos: homens fiéis ao chamado original, têm entregado suas vidas para que o Evangelho chegasse até nós. Uma advertência: E nossas igrejas, com 200, 500, mil membros ou mais... Temos formado nossos “membros de igreja” em discípulos de Jesus? Temos ensinado nossos líderes a ouvirem a voz do Espírito Santo, chamando-os para a Sua obra? Ou temos fabricado gerentes de filiais, robôs programados para fazerem a nossa vontade, e não a ordem do Senhor Jesus? Você, que é um pastor, líder como eu, saiba que um dia iremos prestar contas de cada um que veio e ingressou em nossas vidas. O rigor com que os pastores serão julgados será muitíssimo severo; não haverá misericórdia que nos livre de nossa negligência naquele Dia. Não se dê por escusado, isso te será inútil diante do Supremo Juiz. Ou nos dedicamos a formar discípulos parecidos com Jesus ou é melhor escolhermos outra coisa para fazer. Ainda dá tempo. “Por isso mesmo vos enviei Timóteo, que é meu filho amado, e fiel no Senhor; o qual vos lembrará os meus caminhos em Cristo, como por toda parte eu ensino em cada igreja.” (1Co 4.17) “Tem cuidado de ti mesmo e do teu ensino; persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.” (1Tm 4.16)

UMA GRANDE AMEAÇA:
A TRADIÇÃO DOS HOMENS


“...Acautelai-vos do fermento dos fariseus...” (Mt 16.6) Agora irmãos, temos que falar de algo que realmente causa muita oposição em torno do assunto“igreja”. É o que historicamente é chamado de tradição. Quando Martinho Lutero foi levantado por Deus no séc. XVI para trazer a Reforma e as suas 95 teses, ele renasceu a Igreja Cristã que havia sido esquecida lá no final do séc. IV. Mas Lutero não conseguiu estabelecer a Reforma Protestante sem trazer consigo algumas tradições do Romanismo Cristão ou Cristianismo. Eu não vou abordar aqui uma ou outra tradição especificamente, mas trazer para a nossa discussão a questão: “Devo seguir uma tradição reconhecidamente humana?” Essa resposta é fácil de responder. Mas e se algum líder declara assim: “Deus falou comigo para fazer isso desse modo”. Como reagir? E se esse “modo” que supostamente “Deus falou” não está declarado explicitamente ou “nas entrelinhas” do Novo Testamento, o que fazer? Aí fica mais difícil respondermos a essa declaração. Mas, agora mesmo, olhe ao seu redor e examine o seu ministério e tudo o que temos feito “em nome de Jesus”... quanto tem de biblicamente legítimo em nossos ministérios e quanto tem de tradição humana? “Ah, mas não há problema com a tradição!”, alguém pode exclamar... Eu sinceramente creio que há sim. A tradição é justamente o que o Senhor Jesus chama de fermento. O fermento é uma levedura, ou seja, um composto feito de bactérias, cuja função é aumentar o volume de uma massa de trigo, normalmente. No contexto bíblico, o fermento sempre foi um item proibitivo no aspecto cerimonial. A razão disso é que o processo de aumento no volume da massa é chamado de “corrupção” – o entendimento dessa corrupção é mais facilmente compreendida com a afirmação do Ap. Paulo: “um pouco de fermento leveda a massa toda” (1Co 5.6; Gl 5.9). Agora eu pergunto: quantas boas idéias temos para incrementar nossos encontros, estudos e eventos ao longo de nossa liturgia... seria isso a vontade de Deus mesmo ou seria tudo fermento? Teria eu humildade de reconhecer que estou levedando o ministério que o Senhor tem me confiado? A respeito das tradições, vejamos o que o Senhor Jesus declarou a esse respeito: “Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios; o seu coração, porém, está longe de mim; mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Vós deixais o mandamento de Deus, e vos apegais à tradição dos homens. Disse-lhes ainda: Bem sabeis rejeitar o mandamento de Deus, para guardardes a vossa tradição.” (Mc 7.6-9) Viram a conotação das tradições humanas no conceito do Senhor Jesus? Ele está falando com líderes religiosos, que incluem em sua devoção diversos preceitos que são meramente humanos, incompatíveis com a vida devocional que Deus realmente espera de nós.
A respeito de tradições humanas, o Ap. Paulo disse o seguinte: “Se morrestes com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos sujeitais ainda a ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies (as quais coisas todas hão de perecer pelo uso), segundo os preceitos e doutrinas dos homens? As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria em culto voluntário, humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não têm valor algum no combate contra a satisfação da carne.” (Cl 2.20-23) Por isso a tradição não passa de fermento, ou seja – corrupção da forma original. A única ocasião em que se permitia o uso de fermento era nas ofertas de ação de graças (Lv 7.13). A adoração pode sim ser extravagante, espontânea e livre. Nosso louvor ao Senhor pode ser “aumentado”, o caráter de Deus expresso em Sua palavra demonstra isso, mas é a única exceção. O caráter restritivo do reino de Deus me impede de fermentar seu propósito, sua ordem, a forma de edificação da Igreja Dele, a igreja que Ele mesmo edifica – não nós. Não sejamos hipócritas, mas sejamos sim humildes para reconhecer que estamos misturando fermento à simplicidade do Evangelho de Jesus: “Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo” (2Co 11.3); e “acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia” (Lc 12.1).

A IGREJA QUE ESTÁ EM SUA CASA

Agora iremos tratar do assunto que mais tem gerado polêmica entre os pastores, que é a forma visível do Corpo de Cristo na Terra – a Igreja. Muito se tem discutido a esse respeito, e muitos homens de Deus, de profunda revelação e conhecimento da palavra, têm participado dessa discussão, mas muito pouco se avançou nesse ponto pelos mais variados motivos. Creio eu que o principal motivo é a dificuldade em nos desligar das fortes correntes de tradição que nos prendem. Depois de lermos sobre o modo de caminhar de Cristo e seus discípulos, e também de Paulo e seus discípulos, depois de vermos o modo como a Igreja Primitiva obteve sucesso em sua missão, não seria razoável uma reflexão profunda e um exame criterioso para sabermos se estamos realmente fazendo a vontade de Deus? As denominações e os templos A forma tradicional da igreja visível, desde o Concílio de Nicéia em 325dC, tem sido a igreja movimentar-se e desenvolver todo o seu ministério em torno de estruturas físicas, o que normalmente chamamos de templo. A Igreja Católica desenvolveu-se assim, e a igreja denominada evangélica também tem se desenvolvido da mesma forma desde a Reforma Protestante em 1517 até os dias de hoje. Cada vez mais é necessário construir estruturas maiores, cada vez mais caras e equipadas... Entre os motivos para isso, um deles seria acomodar confortavelmente os membros da Igreja. Aparentemente não haveria problema com isso, mas eu te pergunto: por quê a Igreja Primitiva, em 300 anos de história, não edificou nenhum templo, nem mesmo um só? Será que realmente é necessário? E nas ocasiões que Pedro pregou e 3 mil pessoas creram, e depois mais 2 mil (At 2.41; 4.4), com 5 mil membros, seria absolutamente normal que pensássemos logo em construir um grande templo... Mas por quê Pedro, Tiago e João não fizeram o que normalmente nós teríamos feito? Por um motivo simples: eles viveram com Jesus, aquele que deixou as sandálias lá no rio Jordão... nós não vivemos. Nós o conhecemos apenas de ouvir falar... Se nós tivéssemos andado 3 anos e meio com o Dono dessa obra, não cometeríamos os erros que tão freqüentemente temos cometido, porque conheceríamos o Seu coração. Saberíamos que não somos nós quem decide o que fazer com o dinheiro, mas sim Ele. E quando eu leio sobre Ele nas Escrituras, eu conheço um líder que não é apegado a nenhum conforto, a nenhum bem material, mas que constantemente se compadece dos pobres, chora por eles, faz milagres por eles. E quando eu vejo aquilo que se identifica como Igreja de Jesus nos dias de hoje, eu não consigo reconhecer nessa estrutura o caráter desse homem que hoje não é apenas o Salvador, mas o Rei e Senhor Jesus. A única coisa que eu notoriamente reconheço na chamada “Igreja de Jesus” é isso: “Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.” (Gn 11.4) A única coisa que eu consigo ver na chamada “Igreja de Jesus” é homens erguendo torres, cada vez maiores, com o único propósito de tornar seus nomes célebres... Sobre isso escreveu o Ap. Paulo: “...que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou, Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo. Será que Cristo está dividido? foi Paulo crucificado por amor de vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?” (1Co 1.12-13) “Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? Quando, pois, alguém diz: eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens? (1Co 3.3-4) Eu te pergunto: qual justificativa daremos ao Senhor quanto a nos reunirmos em torno de outro nome, que não o nome do Senhor? “Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles”... Não foi o que Ele disse em Mt 18.20? “...Para que não sejamos espalhados por toda a terra”... Mas isso não é exatamente o contrário à ordem dada pelo Senhor, de irmos e fazermos discípulos de todas as nações, desde Jerusalém até os confins da Terra? “...Tornou a interrogá-lo o sumo sacerdote e lhe disse: És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito? Jesus respondeu: Eu sou...” (Mc 14.61-62)
Irmãos pastores e líderes de ministério, chegou a hora de nós fazermos aquela mesma pergunta que Pilatos fez: “O que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?” (Mt 27.22). O que faremos de Jesus, irmãos? Lembra das palavras Dele? “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras jamais passarão.” (Mt 24.35) Lembra de quando Ele disse que no Juízo separaria as ovelhas dos cabritos? “Tive fome e me destes de comer... Mas quando te fizemos essas coisas, Senhor? Quando fizeres a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. Lembra disso? Pois, caso você não tenha conhecimento, saiba que agora mesmo há milhares e milhares de irmãos, pastores, ministros do altar assim como eu e você, que fazem apenas uma refeição por dia, e isso quando tem algo para comer, porque muitas vezes o alimento é tão escasso que nunca é suficiente para ele, a esposa e os filhos... saiba também que esses milhares e milhares de ministros do Senhor precisam caminhar até 20km no deserto, ou nas montanhas geladas ou em tantos outros lugares inóspitos dessa Terra, para pregar o Evangelho às vezes para 1 pessoa só... Pois saiba que as tuas patentes de ministro são as mesmas desses nobres irmãos! E saiba também que um dia seremos julgados por isso, porque a Igreja Primitiva fez a sua parte quando os irmãos da Judéia precisaram ser amparados financeiramente, e nós seremos julgados nada mais nada menos que pela palavra de Deus: “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia.” (Jo 12.48) “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando.” (Jo 15.14)

A IGREJA NOS LARES

Numa cidade há casas, empresas, escolas e praças suficiente para toda a população daquela cidade, certo? Quando a estatística diz que moram 200 mil habitantes em determinada cidade, isso nos informa que há casas suficientes para essas 200 mil pessoas... de alguma forma elas moram lá. Quando Jesus comissionou seus doze discípulos, Ele deu uma ordem a eles, e há ali um detalhe que trata diretamente sobre a igreja nos lares: “Em qualquer cidade ou aldeia em que entrardes, procurai saber quem nela é digno, e hospedai-vos aí até que vos retireis. E, ao entrardes na casa, saudai-a; se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz; mas, se não for digna, torne para vós a vossa paz.” (Mt 10.11-13) Você notou que a ordem de Jesus para os discípulos na evangelização foi “de cidade em cidade e de casa em casa”? Lembra quando o Senhor foi à casa de Levi e evangelizou os publicanos e pecadores? E quando o Senhor foi à casa de Simão, o leproso? Pois ele também foi à casa de Jairo, de Marta, de Zaqueu e de muitos outros pecadores (Mt 9.10; Mt 26.6-7; Lc 8.41; Lc 10.38; Lc 19.5). Alguém pode perguntar: “mas seria eficaz esse modo de ser igreja?” Eis a resposta que encontro na Palavra de Deus: “Reuniram-se os apóstolos com Jesus e contaram-lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Ao que ele lhes disse: Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que vinham e iam, e não tinham tempo nem para comer. Retiraram-se, pois, no barco para um lugar deserto, à parte. Muitos, porém, os viram partir, e os reconheceram; e para lá correram a pé de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que eles. E Jesus, ao desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor...” (Mc 6.30-34) Reparem nesse texto: uma multidão tamanha que os discípulos não tinham tempo nem para comer! “Muitos os reconheceram e para lá correram de todas as cidades...” Já pensou nisso? Por favor, me respondam: quando eles chegavam em uma cidade, lá eles inauguravam um templo? Onde essas coisas aconteciam? Perdoem-me os irmãos, mas era de casa em casa, nas ruas e nas praças, e uma grande multidão correu a pé de todas as cidades para seguir os discípulos de Jesus... Isso é bem diferente do que temos visto hoje, não é mesmo? Hoje vemos pastores implorando para que as pessoas venham ao templo, através do rádio e da televisão... Campanhas de evangelismo convidando as pessoas a visitarem o templo, e não convidando as pessoas a virem a Cristo... O que a multidão desesperadamente anseia é pelo Sal da Terra e pela Luz do Mundo que cada filho de Deus deveria ser... Não mais um templo; não mais uma denominação. Mas que a Luz do Mundo entre em suas casas e os salvem da escuridão! Foi isso o que o Senhor nos mandou fazer. “Vós bem sabeis de que modo me tenho portado entre vós sempre... servindo ao Senhor com toda a humildade, e com lágrimas e provações... como não me esquivei de vos anunciar coisa alguma que útil seja, ensinando-vos publicamente e de casa em casa, testificando, tanto a judeus como a gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus.” (At 20.18-21) Da mesma forma os apóstolos, sem rádio, sem televisão, sem templos, somente através do simples testemunho de suas vidas encheram Jerusalém com o Evangelho de Jesus e também viraram o mundo de cabeça para baixo (At 5.28; At 17.6; At 13.44). Como conseguiram isso? Qual a diferença entre nós e eles? É que eles confiavam somente no poder do Espírito Santo, nada mais. Eles não tinham jornais, nem revistas, nem Internet, nem rádio nem TV, nem o apoio de políticos ou de empresários, muito menos tinham templos, catedrais, sede ou filiais... Somente o Espírito Santo! Eu te pergunto: quem tem o Espírito Santo, precisa de mais alguma coisa? Não... Quem tem o Espírito Santo precisa de boas idéias, técnicas de marketing ou de psicologia? Não, não... sinceramente não! A respeito dos templos, muitos irmãos me questionam: “Mas em Atos 2.42, os irmãos não perseveravam unânimes no templo?” Sim, e isso durou por 40 anos assim, e nem os apóstolos nem os judeus convertidos anunciaram o Evangelho aos gentios. Mas Jesus não ordenou que fossem testemunhas dele desde Jerusalém até os confins da Terra? O que aconteceu então?
No ano 64 dC iniciou-se a perseguição aos cristãos, e no ano 70dC o imperador Tito destruiu Jerusalém, inclusive o Templo dos judeus onde ainda se estabeleciam as ordenanças da Lei . Vimos isso estudando sobre a Igreja de Antioquia. Depois disso, os cristãos foram dispersos e tiveram que se misturar. Eu creio que o próprio Deus permitiu a perseguição e a destruição do Templo para que os cristãos cumprissem a ordem dada por Jesus sem contaminar o Evangelho com os costumes da Lei, como vemos ainda hoje pessoas guardando preceitos da Lei como guardar dias e abstenção de alimentos. Por que durante 40 anos eles não foram aos gentios? Porque ficar em Jerusalém? Por causa do Templo? Não que eles pudessem frequentá-lo, pois os sacerdotes da antiga aliança não aceitavam a doutrina dos apóstolos...
“Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos. Tendo tido Paulo e Barnabé não pequena discussão e contenda contra eles, resolveu-se que Paulo e Barnabé, e alguns dentre eles, subissem a Jerusalém, aos apóstolos e aos anciãos, sobre aquela questão.
E eles, sendo acompanhados pela igreja, passavam pela Fenícia e por Samaria, contando a conversão dos gentios; e davam grande alegria a todos os irmãos. E, quando chegaram a Jerusalém, foram recebidos pela igreja e pelos apóstolos e anciãos, e lhes anunciaram quão grandes coisas Deus tinha feito com eles. Alguns, porém,
da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.
Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto. E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem. E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós;
E não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também. Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios. E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me:
Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito:
Depois disto voltarei, e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo. Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas,
Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.  Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue.
Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas. Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger homens dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens distintos entre os irmãos. E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, e Síria e Cilícia, saúde. Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento. Pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo, Homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas. Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias: Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da fornicação, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá. Tendo eles então se despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta. E, quando a leram, alegraram-se pela exortação. (Atos 15:1-31).
Lembra da torre de Babel? “Para que não sejamos espalhados por toda a terra...” Nós não queremos nos espalhar; queremos sim é nos ajuntar. Queremos formar um sistema religioso confortável e conveniente para a nossa alma, onde a consciência não nos culpa por um serviço meramente religioso onde uma maioria passiva contempla o trabalho de uma minoria ativa. Isso não é o Reino de Deus, é religião. Quando estudamos a Igreja na Bíblia, nós encontramos 3 aspectos dela:
Primeiro: a Igreja Universal – a Noiva – que está descrita em Ap 5.9-10, e que Jesus declarou que a edificará (Mt 16.18). Este é o Corpo de Cristo em todo lugar (Jo 1.12-13; 1Co 12.12-14). Como declarou o Ap. Tiago, “as doze tribos que se encontram na dispersão” (Tg 1.1; ver Ap 14.1-5);
Segundo: a igreja local – a igreja de Cristo na cidade – a Igreja de Corinto, a Igreja de Éfeso, a igreja de Cristo que está em uma cidade. A Igreja de Cristo na cidade é uma só igreja (Rm 1.7; 1Co 1.2; 2Co 1.1; Gl 1.2; Ef 1.1; Fp 1.1; Cl 1.2; 1Ts 1.1; 2Ts 1.1; 1Pe 1.1);
Terceiro: a igreja nos lares – a igreja que está na casa – o local onde os irmãos congregavam. Como a igreja de Jerusalém, que se reunia na casa de Maria, mãe de João Marcos (At 2.1-2; 12.5; 12.12); a igreja na casa de Priscila e Áquila, tanto em Corinto, como também em Éfeso e em Roma (At 18.1-4; At 18.18-19; Rm 16.3-5; 1Co 16.19); a igreja na casa de Lídia em Tiatira (At 16.14-15; 16.40); a igreja na casa de Ninfas, em Colossos (Cl 4.15); a igreja na casa de Arquipo, em Laodicéia (Fm 1-2; Cl 4.16-17); e a casa de Paulo em Roma, onde pregava e ensinava (At 28.30-31). “O que faremos, irmãos?” (At 2.37) “Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.” (2Co 11.3)
Irmãos, me respondam: devemos permanecer como estamos? Ou retornar à simplicidade do Evangelho? Eu não quero convencê-lo, pois somente o Espírito Santo é quem convence, mas quando Paulo diz: “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor; e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo, e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará.” (1Co 3.10-13) O fundamento é Jesus Cristo, isso é imutável. Mas o que nós estamos edificando sobre esse fundamento? Qual obra estamos levantando sobre o fundamento que é Cristo? Não se engane achando que nunca haverá uma prestação de contas, pois “manifesta se tornará a obra de cada um, e qual seja a obra de cada um o próprio fogo o provará” (v.13). Se o que estamos edificando é ouro, prata e pedras preciosas, aí sim eu posso pensar que está tudo bem... Mas eu te pergunto: no conceito de Jesus, o que é realmente a verdadeira riqueza? O que realmente vale como ouro, prata e pedras preciosas para Jesus? Lembra do jovem rico? (Mc 10.17-22) O que era para Jesus um tesouro no céu? Resposta: vender todos os bens e dar aos pobres... Lembra? “Tive fome... tive sede... estive nú... enfermo... encarcerado...” O conceito de Jesus quanto ao que é ouro, prata e pedras preciosas é muito diferente do conceito carnal e mundano que temos. E o que seria então, no conceito do Senhor, madeira, feno e palha? Olha o que o Senhor Jesus disse à igreja de Sardes: “...Conheço as tuas obras; tens nome de que vives, e estás morto. Sê vigilante, e confirma o restante, que estava para morrer; porque não tenho achado as tuas obras perfeitas diante do meu Deus.” (Ap 3.1-2) “Estas coisas, irmãos, apliquei-as figuradamente a mim mesmo e a Apolo, por vossa causa, para que por nosso exemplo aprendais isto: não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensorbebeça a favor de um em detrimento de outro.” (1Co 3.10-13) Irmãos, ou retornamos à pureza e simplicidade do Evangelho de Cristo, ou haverá uma grande fogueira no Dia do Juízo, e nossas obras não passarão de cinzas. Quer arriscar? Eu não! Ai de nós, irmãos! Ai de nós que somos chamados para pastorear o rebanho Dele. Ai de nós se ultrapassarmos uma vírgula só, pois essa obra não é nossa; a Igreja não é nossa. É a Noiva de Cristo. Um dia haverá um casamento, e este dia está breve.

O AMOR É O COMBUSTÍVEL QUE MOVE A IGREJA

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.” (Jo 13.35) A melhor apresentação do evangelho que já ouvi veio da boca de um ateu. Isso talvez surpreenda a muitos, como, à ocasião, aconteceu comigo. Há cinco anos, tomei um avião em Los Angeles com destino a Pittsburg. Sentei-me perto de um homem que trazia uma revista secular cuja capa anunciava a história sobre o conflito entre cristãos e a política nos Estados Unidos. Na primeira oportunidade, perguntei se poderia ler assim que ele tivesse terminado. Depois de certificar-se do meu interesse pelo artigo, disparou: “Eu odeio vocês, cristãos”. Eu nem havia dito a ele que era cristão, e ele já me odiava. “Por quê?”, eu quis saber. Ele demonstrou ressentimento pelo fato de, em sua opinião, os cristãos quererem forçar as outras pessoas a viverem de acordo com as crenças deles. Travamos uma conversa de conhecimento: atividades profissionais, família, origens, destino da viagem. Na minha vez, disse que fazia todo o tipo de coisas. Nos aviões, por exemplo, tinha o costume de me apresentar como alguém que vagueia pelo planeta ajudando pessoas a entender o que realmente Jesus ensinou. Ele olhou para mim um tanto assustado e perguntou se eu gostaria de saber o que ele, um ateu que odeia cristãos, pensava sobre o que realmente Jesus ensinou. Disse-lhe que sim e ouvi a melhor apresentação do evangelho com que já tomara contato em toda a minha vida: “Eu acho que Jesus nos ensinou que temos um Pai que nos ama mais do que sabemos e que se pudéssemos entender isso, saberíamos como nos tratar uns aos outros”. Eu fiquei boquiaberto, chocado. Ele quis saber o motivo do meu espanto. “Tenho ido a todas as partes do mundo. Já ouvi todo o tipo de pessoas compartilharem o evangelho, mas nunca ouvi ninguém dizer melhor o que Jesus queria dizer”. Desconfiado, ele perguntou por que eu diria uma coisa daquelas. Respondi-lhe que ele havia dito exatamente o que Jesus diria. Contei-lhe que em sua última noite com os discípulos, Jesus pronunciou as seguintes palavras: “Eu vou dar a vocês um novo mandamento: amem uns aos outros como eu os tenho amado. Assim todo o mundo saberá que vocês são meus discípulos”. Na seqüência da conversa, minha pergunta não poderia ser outra: “Por que você não acredita?” A resposta dele foi: “Eu nunca vi alguém viver isso”. Ele pensava que aquilo que Jesus nos ensinou não poderia ser real porque seus seguidores não conseguiram colocar em prática. A experiência narrada acima por um pastor americano durante uma conferência no Brasil expressa muito bem a realidade da Igreja: nós, cristãos, não somos reconhecidos pelo mundo como discípulos de Jesus. E não podemos culpá-los por isso porque a falha não está neles, mas em nós. Eu aprendi na Física que a comunicação só é bem sucedida quando o transmissor envia o sinal com qualidade e o receptor é capaz de recebê-lo. E quando o receptor não recebe o sinal com clareza, é porque o transmissor falhou em transmitir o sinal. E Jesus, que é o criador do universo todo e certamente entende muito de Física, Ele me ensinou que, se o vizinho ou o colega de trabalho não percebem que eu sou um discípulo de Jesus, é porque eu estou falhando na transmissão dessa mensagem. Essa é a regra de comunicação: a falha está no transmissor! Eu não posso culpar meu vizinho por ele estar sintonizado “no canal errado”; nós é que temos que transmitir o sinal no canal certo que eles irão compreender... que canal é esse? É o amor ágape, aquele amor que vem do Alto. Tudo o que Jesus fez neste mundo tinha a marca do amor. Até mesmo quando Jesus se irou (é possível se irar sem pecar – Sl 4.4; Ef 4.26) Ele fez isso por amor, para que o povo e os sacerdotes se voltassem para o Pai com sinceridade de coração. Mas em tudo Nele era reconhecido o amor, porque Deus é amor. Se o Pai é amor, o Filho também é amor, e se nós somos filhos de Deus pelo novo nascimento, então recebemos Dele o DNA do Pai, que é Amor: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” (1Jo 4.7-8) “Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é em nós aperfeiçoado.” (1Jo 4.11-12) Como eu disse anteriormente, o amor que Jesus disse que esfriaria de quase todos, lá em Mt 24.12, é justamente o amor ágape, que vem do Pai, que está no Filho, e que nos é dado pelo Espírito Santo. Quando na Igreja Primitiva os irmãos vendiam seus bens e propriedades e depositavam aos pés dos apóstolos, isso era feito por amor (At 4.34-37). Não havia outra motivação, só o amor. Quando Ananias e Safira tentaram mascarar a verdade, dando a entender que eles estavam dando tudo, o que aconteceu foi que Deus tirou-lhes a vida, como exemplo do castigo pela falsidade de um amor aparente, uma mentira (At 5.1-11). “E por se multiplicar a iniqüidade, o amor de quase todos esfriará”... Já começou a esfriar desde Ananias e Safira, e nos dias atuais está a quase zero. Mas como mudar isso? O retorno ao Primeiro Amor examinemos a mensagem do Senhor à Igreja de Éfeso, no livro de Apocalipse: “Ao anjo da igreja em Éfeso escreve: Isto diz aquele que tem na sua destra as sete estrelas, que anda no meio dos sete candeeiros de ouro: Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança; sei que não podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos e não o são, e os achaste mentirosos; e tens perseverança e por amor do meu nome sofreste, e não desfaleceste. Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres.” (Ap 2.1-5) Vejam que igreja era a Igreja de Éfeso. Imagine Jesus dizendo assim para nossa igreja: “Assim diz o Senhor: conheço as tuas obras e o esforço que fazem para realizá-las; conheço a tua fidelidade com a verdade, e que resiste aos soberbos e mentirosos; vejo que até sofres por mim sem hesitar...” Uau! que testemunho, hein?! Poderíamos parar por aqui, mas o Senhor continua: “mas reprovo você nisso: que não me amas mais como antes...” Ai ai! E o perigo que corremos se não nos arrependermos é grande: “E eis que te digo, peça perdão e volta às primeiras obras; e se não se arrepender, tirarei o meu Espírito do meio de vocês”. Candeeiro é o mesmo que candelabro ou lâmpada. É a expressão figurada do Espírito Santo, que ali no Santo Lugar tem a função de iluminara mesa dos pães e o altar do incenso, mostrando o caminho para o Santo dos Santos... É sério ou não é? Abandonar o primeiro amor seria pecado contra o Espírito Santo? “Removerei do teu lugar a tua lâmpada...” Ai ai, eu considero isso muito sério. Lembra quando pela primeira vez conhecemos o Senhor, quando Ele se apresentou a nós e abrimos o nosso coração para Ele entrar? Que lindo! Tudo era maravilhoso! Nós estávamos todos sujos, cheios de pecado, e Ele nos perdoou todos os pecados e nos lavou no Seu sangue. Que tremendo! Eu te pergunto: o que você fez para merecer amor Dele? Ele nos amou mesmo quando nós não merecíamos... aliás, merecíamos morrer, mas Ele nos resgatou para vivermos o Seu amor... Lembra disso? Faz tempo, né? Pois é, o que aconteceu então que nos afastou do primeiro amor? Aconteceu que Deus nos chamou para amarmos uns aos outros e sermos amados por Ele, e nós deixamos de fazer isso para fazer um monte de outras coisas que em resumo chama-se cristianismo, o que não reflete o amor Dele. Jesus nos chamou para participarmos do amor do Pai, e nós então transformamos isso numa religião – mais uma em meio a tantas outras. E o pior: nós premiamos aqueles que, mesmo distantes do primeiro amor ou até mesmo sem nunca terem nascido de novo, se distinguem dos outros por entrarem em conformidade com o método de equivalência desse sistema, e reprovamos com um selo de não-conformidade aqueles que não se enquadram em nossa religião. Isso é amor? Eu creio que não.
Eu costumo dizer que há duas coisas impossíveis para Deus (eu chamo isso de “minha heresia pessoal” pois se não há impossíveis para Deus...). Primeiro: é impossível para Deus nos amar menos – por piores que sejamos; e segundo: é impossível para Deus nos amar mais – por melhores que sejamos. Sendo assim, não há nada que possamos fazer para que Ele nos ame mais ou menos... Esse é o erro da religião. O cristianismo passa a idéia que, se eu fizer tudo direitinho, Deus irá gostar de mim e não irá me castigar... mas se eu errar, se eu não cumprir a maneira certa de viver o cristianismo, então Deus ficará irado comigo, e irá me castigar. Onde está escrito isso? O que eu aprendo na Bíblia é que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Ou seja, se eu caminhar em direção ao inferno, é lá que eu vou chegar. Mas isso não diz que Deus deixou de me amar! O inferno foi projetado especialmente para o diabo e seus demônios, não para o homem. Para o homem Deus projetou o Céu, e o desejo do Senhor é que todos sejam salvos. Mas infelizmente muitos não irão, não porque Deus deixou de os amar, mas porque escolheram esse caminho. Vocês vêem como a nossa “transmissão” do Evangelho está distorcida? Nós estamos mentindo para o mundo, dizendo que o cristianismo salvará as pessoas... Tudo o que o cristianismo fará é tornar as pessoas frustradas. Os adeptos dessa religião lêem a Bíblia, oram, tentam ser justas, lutam... mas continuam vazias por dentro. E, com medo de Deus ficar irado, eles acabam se esforçando mais e mais, e o resultado disso tudo é o esgotamento, e acabam lançando a culpa em um Deus distante e vingativo – um Deus que não ama. Amar a Deus não é esforçar-se ao máximo com o intuito de agradá-lo – isso é impossível! Mas amar a Deus é reconhecê-lo como Pai e lançar-se em seus braços, aceitando e recebendo o seu amor. Retornar ao primeiro amor é voltar ao caminho do filho pródigo, é sentir-se amado quando Ele perdoou os nossos pecados, Ele está perdoando os pecados do mundo, é isso que temos que anunciar ao mundo. Se eu receber em mim o amor do Pai, então eu irei reconhecer esse mesmo amor na vida dos meus irmãos, e só assim poderemos viver em comunidade, compartilhando mutuamente desse amor. Esse foi o combustível da Igreja Primitiva. Eles amavam uns aos outros e o coração deles ardia de compaixão pelos perdidos. Se amarmos uns aos outros como Ele nos ama, o mundo todo saberá que somos discípulos Dele. Essa é a nossa missão. Podemos deixar o amor de lado e fazermos um milhão de coisas... não passará de um ruído estridente machucando os ouvidos do Pai. “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” (1Co 13.1-3)

UM CHAMADO PARA A IGREJA DE HOJE


Irmãos, não foi a nossa motivação afrontar aquilo que chamamos de Igreja Visível de hoje. Nosso propósito é expor à luz da Bíblia aquilo que sonhamos e acreditamos ser a vontade de Deus para a Igreja de Jesus. Esse não é um sonho somente nosso, mas de muitos irmãos “escondidos em covas” (1Rs 18.13), remanescentes que estão buscando a promessa de Apocalipse 14.1-5. Cremos que o fim dessa dispensação está mais breve do que nunca. A volta de Jesus nunca esteve tão iminente, e cabe a nós cumprir o último versículo antes do fim da era da Igreja: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho de todas as nações. Então, virá o fim.” (Mt 24.14) A hora é agora! Esteja onde você estiver, responda a Ele: “Eis-me aqui (no rol do livro está escrito de mim) para fazer, ó Deus, a tua vontade.” (Hb 10.7) “Quem me rejeita e não recebe as minhas palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o julgará no último dia.” (Jo 12.48) “Se eu não viera e não lhes falara, não teriam pecado; agora, porém, não têm desculpa do seu pecado.” (Jo 15.22)

O autor prefere manter-se anônimo, a exemplo das citações bíblicas em Lc 9.49-50 e Nm 11.27-29. Todos os direitos autorais pertencem ao autor. Comentários, sugestões e críticas são bem vindas. Para entrar em contato, acesse o site:


Impresso com permissão. Paranaguá-PR, Março de 2010 

TIRADOS PARA FORA PARTE 2

Antes de o Senhor subir aos céus, nos últimos instantes Dele aqui na Terra, Ele disse aos discípulos: “... mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da Terra” (At 1.8). As últimas palavras do Filho de Deus aqui foram “até os confins da Terra”! Vamos agora discernir o que disse o Mestre nesse último versículo de suas palavras aqui:
1. “...mas recebereis poder” Essa palavra poder, do original grego “dunamis”, significa força ou explosão, mas denota algo sobrenatural. É diferente da força do braço citada em Jeremias 17.5, aqui a força é natural, mas em Atos 1.8 a força é sobrenatural. Todos nós sabemos que é o Espírito Santo que está sobre nós, mas aqui a atuação do Espírito tem uma conotação diferente do que tem sido na maioria de nossas igrejas, em tudo o que fazemos nela. A Igreja de Atos nasceu por uma iniciativa do Espírito Santo, e o combustível que movia a Igreja foi o Espírito Santo. Sabemos no relato de Atos 1 que a Igreja iniciou pela oração, e então desceu sobre eles o Espírito Santo... e ele continuou sendo a força sobrenatural, o poder que vem do Alto, que continuou atuando. Mas infelizmente hoje somos movidos por calendários anuais, eventos para jovens, encontros, reuniões, e quase nada estamos fazendo iniciando pela oração até que do Alto sejamos revestidos desse poder. É muito triste, irmãos, e eu errei muito nesse aspecto, até que o Senhor começou a falar comigo e me mostrar em Sua Palavra diversas iniciativas do Espírito Santo na Igreja, ocasiões que Ele decidiu e Ele fez, afinal você conhece alguém para fazer a obra do Espírito Santo melhor que Ele mesmo? Eu não! Vamos ler um texto em que o Espírito Santo é a força que moveu a obra, e que iniciou pela oração: “Quando os sacerdotes saíram do lugar santo (pois todos os sacerdotes que se achavam presentes se tinham santificado, sem observarem a ordem das suas turmas; também os levitas que eram cantores, ...e juntamente com eles cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas) , quando os trombeteiros e os cantores estavam acordes em fazerem ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe graças, e quando levantavam a voz com trombetas, e címbalos, e outros instrumentos de música, e louvavam ao Senhor, dizendo: Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre; então se encheu duma nuvem a casa, a saber, a casa do Senhor, de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé, para ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus.” (2Cr 5.11-14) Irmãos, essa é a unidade que faz a diferença! Aqui nesse texto os sacerdotes e levitas que estavam encarregados em ministrar ao Senhor, agora no templo que foi construído por Salomão, eles não queriam de jeito nenhum iniciar os serviços “na força do braço”, porque já tinham visto como Deus se movia no Tabernáculo de Davi, e agora eles queriam trazer também para este serviço aquela unção, aquele mover, aquela força sobrenatural. O que eles fizeram então? Havia uma escala natural de jejum e oração, mas eles decidiram quebrar a escala, não jejuando e orando apenas no horário descrito, mas também fazendo isso nos horários dos outros colegas, e assim todos estavam fazendo, jejuando e orando sem parar, cada vez mais. Todos unânimes, em uma só voz! - Amigos será que Deus é capaz de resistir a um grupo que decide buscá-lo sem parar até que Ele venha? É impossível para Deus resistir ao clamor dos seus santos! E o que aconteceu? Ele veio! E encheu a casa do Senhor! A glória do Senhor encheu a casa de Deus! Foi assim também que o serviço da Igreja de Atos iniciou: começaram orando sem se ausentarem do cenáculo até que do Alto fossem revestidos, e Ele veio e desceu sobre eles como fogo, fogo esse que incendiou Jerusalém a ponto da cidade estar cheia com a doutrina dos apóstolos... Não se falava em outra coisa. Vamos incendiar nossas cidades? Vamos então começar por jejum e oração até que Ele venha e faça o que quiser. “...e sereis minhas testemunhas (mártires)” Ah irmãos... se começar a obra do Espírito Santo por jejum e oração “até que Ele venha” já não é algo tão simpático, muito menos é ser testemunha de Jesus! Essa palavra “testemunha”, do original grego “martus”, ou mártir, literalmente significa “que tem finalidade judicial - pessoa que sofreu torturas, ou mesmo morte, por não renunciar a qualquer outra crença, religiosa ou política.” Para explicar melhor a proposta de Jesus, o que Ele quer de nós é que sejamos mártires Dele, representantes legais Dele aqui na Terra. Ou seja, se Cristo é condenado à morte aqui (e realmente o mundo odeia a Cristo – leia Jo 15.18) então somos nós, na condição de mártires ou representantes legais, é que iremos morrer em nome Dele. É claro que você já sabia disso... Não?! Perdoem-me irmãos, mas ser testemunha Dele significa ser um fiel representante, que fala em nome Dele, que é perseguido em nome Dele, que é preso, torturado e até morto se necessário for, tudo em nome Dele: Talvez o melhor exemplo de testemunha de Jesus na Bíblia, juntamente com o testemunho do Ap. Paulo, seja o de Estêvão. Vejamos alguns detalhes nos versículos que nos mostram quem ele foi e o modo como ele confirmou sua fé em Jesus: “Ora, Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo.” (At 6.8) “Levantaram-se, porém, alguns … e disputavam com Estêvão” (At 6.9) “e não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que falava.” (At 6.10) “Então subornaram uns homens...” (At 6.11) “Assim excitaram o povo, os anciãos, e os escribas; e investindo contra ele, o arrebataram e o levaram...” (At 6.12) “e apresentaram falsas testemunhas...” (At 6.13) “Então todos os que estavam assentados no sinédrio, fitando os olhos nele, viram o seu rosto como de um anjo.” (At 6.15) “Ouvindo eles isto (o discurso em At. 7.2-53), enfureciam-se em seus corações, e rangiam os dentes contra Estêvão.” (At 7.54) “Mas ele, cheio do Espírito Santo, fitando os olhos no céu, viu a glória de Deus,  Jesus em pé à direita de Deus, e disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem em pé à direita de Deus.”(At 7.55-56) “Então eles gritaram com grande voz, taparam os ouvidos, e arremeteram unânimes contra ele e, lançando-o fora da cidade o apedrejavam...” (At 7.57-58) “E pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Tendo dito isto, adormeceu...” (At 7.60) O quê? Ser testemunha de Jesus é estar pronto para confirmar a fé a tal nível? Sim, é isso mesmo. Pois não era a Estêvão quem aqueles homens estavam perseguindo, mas ao nosso amado Senhor Jesus, que era inegavelmente reconhecido na vida de Estêvão. Vejamos como o Senhor se apresentou a Saulo: “e, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Ele perguntou: Quem és tu, Senhor? Respondeu o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues.” (At 9.4-5) E esse mesmo Saulo, antes um terrível perseguidor da Igreja (At 8.3; 9.1-2), agora como mártir de Jesus, afirmou a Timóteo: “Ora, todos quanto querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm 3.12). A palavra “piedoso” significa “fiel, devoto”, e a raiz da palavra aponta para “adorador”. É por isso que o Senhor Jesus afirmou em Jo 4.23 que o Pai procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Ele procura pessoas que decidam viver piedosamente, restritamente obedientes à Sua vontade, fiéis devotos, testemunhas, verdadeiros mártires: “Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos” (Sl 116.15). “...tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria” A Igreja Primitiva recebeu do Senhor Jesus a ordem de evangelizar, fazer discípulos e estabelecer igrejas em toda a Terra na seguinte expressão: “... e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até os confins da Terra” (At 1.8). A Igreja de Jerusalém compreendeu muito bem o mandamento do Mestre, e realmente foram testemunhas de Jesus em Jerusalém: “...Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo, enchestes Jerusalém de vossa doutrina...” (At 5.28 – leia também At 2.40-41; 4.1-4; 5.14-16); como também foram fiéis testemunhas de Jesus por toda a Judéia e Samaria: “... os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” (At 8.4) – “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e, no conforto do Espírito Santo, crescia em número” (At 9.31 – leia também At 8.1; 8.5-8; 8.14-17; 8.25). Porém havia no coração dos apóstolos e de todos os demais discípulos uma resistência em anunciar o Evangelho aos povos gentios, mesmo após a dispersão ocorrida em função da perseguição após a morte de Estêvão (At 8.1-3). Isso é claramente demonstrado na ocasião em que Pedro resiste em ministrar a Cornélio, por ele ser gentio (leia At 10). Vejamos a réplica de Pedro, mesmo após o Senhor ter-lhe dado à visão e falado com ele por três vezes: “No outro dia entrou em Cesaréia. E Cornélio os esperava, tendo reunido os seus parentes e amigos mais íntimos.” (At 10.24) “E conversando com ele, entrou e achou muitos reunidos, e disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem devo chamar comum ou imundo; pelo que, sendo chamado, vim sem objeção. Pergunto pois: Por que razão mandastes chamar-me?” (At 10.27-29) Irmãos, vejam que situação! O próprio Deus decide salvar Cornélio; este mesmo organiza um “culto de evangelismo” reunindo seus parentes e amigos mais íntimos só para ouvir a pregação de Pedro, e encontram um homem ranzinza e antipático dizendo que não é lícito que um judeu ajunte-se com estrangeiros, e ainda tem a coragem de perguntar por quê o chamaram ali? E eu pergunto: onde estava a ordem de Jesus de pregar o evangelho a toda criatura? (Mc 16.15) E a ordem de fazer discípulos de todas as nações? (Mt 28.19) Aqui está o primeiro indício de que os apóstolos, que eram todos judeus, “torciam o nariz” em anunciar o evangelho aos gentios, “a toda criatura” e fazer discípulos “de todas as nações” – com exceção de Felipe, que anunciou a Palavra ao eunuco (At 8.26-40). Para os religiosos, isso seria uma contaminação (leia At 11.1-3 e 11.17-18). Vejamos também o texto de Atos 11.19: “Aqueles, pois, que foram dispersos pela tribulação suscitada por causa de Estêvão, passaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.” (At 11.19) Voltemos então à ordem do Senhor Jesus em At 1.8, mas de modo que possamos compreender o que o Senhor ordenou: “... e sereis minhas testemunhas:

1. tanto em Jerusalém
2. como em toda a Judéia
3. e Samaria
4. e até os confins da Terra.”

As expressões “tanto”, “como”, “e” “até” indicam uma equivalência ou igualdade. Sabem como eu pude compreender melhor essa afirmação? Quando um dia, meditando nesse versículo, fiquei observando uma mesa e cheguei à conclusão óbvia que ela não poderia ter apenas três pés, ou cinco, mas que o correto é a mesa ter quatro pés, todos do mesmo tamanho. Da mesma sorte uma cadeira possui também quatro pés iguais... O que isso quer dizer? Que nós temos que pregar o evangelho e ser testemunha de Jesus:
1. tanto quanto nos esforçamos em fazê-lo na nossa igreja ou localidade (Jerusalém = “a sede” ou “a matriz”);
2. como em toda a na nossa região (toda a Judéia);
3. e nas regiões ao nosso redor (Samaria); 4. e até mesmo em todas as nações (confins da Terra). Para Jesus, não há diferença entre Jerusalém e confins da Terra. O esforço, o investimento, as orações, tudo o que fazemos como testemunhas de Jesus deve ser feito com o mesmo peso e a mesma medida: aqui, ali, lá e nas nações.

A IGREJA DE ANTIOQUIA:
                                                     ATÉ OS CONFINS DA TERRA!

                                                        
Após a destruição de Jerusalém entre os anos 64 e 70 dC os cristãos foram duramente perseguidos e se espalharam pelas regiões da Ásia, Oriente e Mediterrâneo, mas ainda estavam resistentes a ministrar o Evangelho aos gentios: “Aqueles, pois, que foram dispersos pela tribulação suscitada por causa de Estêvão, passaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus.” (At 11.19) “Havia, porém, entre eles alguns cíprios e cirenenses, os quais, entrando em Antioquia, falaram também aos gregos, anunciando o Senhor Jesus. E a mão do Senhor era com eles, e grande número creu e se converteu ao Senhor.” (At 11.20-21) Mas esses irmãos, que estabeleceram a igreja de Antioquia foram diferentes dos demais, e entenderam a obra que o Espírito Santo estava realizando através daquela perseguição contra aos cristãos. A Igreja estabeleceu-se em Jerusalém e arredores por aproximadamente 40 anos sem pregar o evangelho aos gentios, somente aos judeus! Esqueceram-se dos confins da Terra ordenado pelo Senhor. Mas aqueles irmãos de Antioquia perceberam a enorme oportunidade de espalharem o evangelho a partir de lá, mas por que Antioquia? “Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.” (Mt 13.33) Antioquia naquele tempo era a terceira maior cidade de todo o mundo conhecido, ficando atrás apenas de Roma e Alexandria. Antioquia era a principal rota comercial e marítima do Mediterrâneo com a Ásia, Arábia e o Oriente, o que foi fundamental para a expansão da Igreja através de Paulo, Barnabé, Silas, Timóteo, etc. Antioquia era uma cidade cosmopolita, onde viviam pessoas dos mais diversos lugares, e foi nesse terreno fértil que a Igreja percebeu a enorme oportunidade de cristãos definitivamente foram “o fermento que levedou toda a massa”, antes apenas em Jerusalém e arredores, mas agora em todo o mundo conhecido da época. Barnabé: o homem que percebeu a direção do Vento “Chegou a notícia destas coisas aos ouvidos da igreja em Jerusalém; e enviaram Barnabé a Antioquia; o qual, quando chegou e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortava a todos a perseverarem no Senhor com firmeza de coração; porque era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé. E muita gente se uniu ao Senhor.” (At 11.22-24) Vamos falar um pouco sobre Barnabé. Esse nome em grego significa “filho da consolação” ou “filho da profecia”. Ele era judeu da tribo de Levi (At 4.36), primo mais velho de João Marcos (Cl 4.10) – aquele que era filho de Maria, dona da casa onde Jesus se reunia com os discípulos (futura sede da Igreja de Jerusalém – At 12.5,12). Por isso, muito provavelmente Barnabé estava entre as testemunhas oculares do Senhor e teve a oportunidade de conhecê-lo e ouvir muitos dos ensinamentos do Mestre. Os relatos bíblicos a respeito de Barnabé demonstram que era um grande homem de Deus: “porque era homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11.24); em Jerusalém ele vendeu um campo e o ofertou integralmente aos pés dos apóstolos, para a assistência aos mais necessitados (At 4.37); Lutero e Calvino defendem a tese de que era Barnabé o irmão citado por Paulo em 2Co 8.18-19: “E juntamente com ele enviamos o irmão cujo louvor no evangelho se tem espalhado por todas as igrejas; e não só isto, mas também foi escolhido pelas igrejas para ser nosso companheiro de viagem no tocante a esta graça que por nós é ministrada para glória do Senhor e para provar a nossa boa vontade.” Durante a primeira viagem missionária, quando estavam pregando em Listra, Barnabé foi chamado Júpiter, e Paulo foi chamado Mercúrio (At 14.12). Na cultura grega, Júpiter é Zeus, pai de Hermes – ou Mercúrio. Ou seja, de alguma forma os gregos perceberam a autoridade e a paternidade de Barnabé sobre Paulo, de modo que Barnabé não foi apedrejado, mas Paulo foi (At 14.19). Pois Barnabé percebeu que algo estava acontecendo em Antioquia que ele não tinha visto em nenhuma outra igreja, nem mesmo em Jerusalém, de modo que ele saiu atrás de Saulo e o levou para Antioquia, e lá permaneceram por um ano (At 11.25-26). Por que Barnabé saiu a procura de Saulo? O que ele viu de semelhante entre Saulo e a igreja de Antioquia, de modo que ele foi buscá-lo para ali permanecer? O “sinal” que a Bíblia nos mostra é que ali em Antioquia a igreja era de tal forma “testemunha de Jesus” que foram chamados cristãos pela primeira vez. Coincidência? O fato é que a intromissão de Barnabé na vida de Saulo e na igreja de Antioquia mudou a história do Novo Testamento, e provavelmente foi essa intervenção que permitiu ao Evangelho chegar até nós.

OS QUATRO PILARES DA IGREJA

“...E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” (At 2.42) Quem de nós, pastores e líderes, não conhecemos esse tão famoso texto? Lemos e pregamos sobre isso, mas não vivemos! Quando eu e minha esposa iniciamos uma nova fase de nossa vida ministerial, nós não sabíamos o que fazer em relação à igreja que o Senhor nos chamou para estabelecer em nossa cidade. Que bom que não sabíamos! Aí passamos a buscar sinceramente o coração de Deus, para que Ele nos revelasse o “modelo”, ou o que chamamos de “modo de caminhar” de nosso ministério. Foi quando o Senhor nos revelou com muita clareza nos Evangelhos o modo como Jesus congregava-se com os seus discípulos, e depois repetiram a “fórmula” em Atos também. Vou tentar exemplificar abaixo o que chamamos de “os quatro pilares da Igreja”:

1. Doutrina dos apóstolos

“ Portanto ide, fazei discípulos... ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado...” (Mt 28.19-20) “ e perseveravam na doutrina dos apóstolos...” (At 2.42)
Certa vez o ap. Paulo fez a seguinte recomendação a Timóteo, seu discípulo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nesses deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes” (1Tm 4.16). A salvação se dá em conhecer a verdade, sem tirar nem acrescentar. Na mesma carta a Timóteo, um pouco mais adiante, ele diz: “Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende … homens cuja mente é pervertida e privados da verdade...” (1Tm 6.3-5). Paulo cita a expressão “sã doutrina” 2 vezes para Timóteo e mais 2 vezes para Tito, que são justamente as duas cartas que denominamos como “pastorais”. E mais 16 vezes Paulo prega em suas cartas o zelo necessário pela doutrina dos apóstolos. Por quê? Porque somos facilmente levados por ensinamentos contrários ao padrão simples do Evangelho. Quer um exemplo?
O Evangelho da Prosperidade, tão disseminado no século 20 e muito mais pregado ainda no nosso século. Qual o exemplo de Jesus? Ele nada teve em seu nome, nem casa, nem jumento, nada... nem mesmo o jazigo onde foi sepultado era dele... “Ah mas isso era Jesus!” alguém pode me responder... Mas e a ordem que Ele, o Senhor, deu aos seus discípulos? “Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão...” (Mt 10.9-10). Agora eu pergunto: quantas túnicas? Uma só. Quanta provisão de ouro e prata? Nenhuma! Aí alguém me pergunta assim: “Ah então nenhum cristão pode ser rico?” Claro que pode, mas que seja advertido com as próprias palavras do Mestre: “Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!” (Lc 18.24). E assim como o evangelho da prosperidade, há inúmeros outros evangelhos sendo pregados por aí. Nos escritos de Lutero há uma frase assim: “Hoje descobri mais uma seita entre os cristãos: a que prega que podemos viver o Evangelho de Cristo sem a Cruz de Cristo”. Irmãos, o que Paulo se esforça em nos ensinar como sã doutrina é estritamente os ensinamentos do Senhor Jesus, nada mais. Lembram do caráter restritivo do Reino? Se temos um Senhor e Rei, jamais podemos nos afastar disso.

2. Comunhão

“Ora, ao saltarem em terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima delas, e pão.” Jo 21.9) “ e perseveravam… na comunhão...” (At 2.42)
Como é bom comer, não é mesmo? Melhor ainda é comer na companhia dos amigos! Jesus sabia disso e gostava de ter comunhão com seus amigos... Essa palavra grega “koinonia” significa literalmente participar, associar, compartilhar. Depois que o Senhor morreu e ressuscitou, Ele apareceu várias vezes aos seus discípulos, mas em duas delas Ele ofereceu-se para comer: em Lucas 24.41 o Senhor perguntou a eles se tinham algo para comer, e lhe mostraram um pedaço de peixe assado e um favo de mel; e em João 21.9-13 o Senhor preparou peixes e pães para comer com os discípulos. Em outras ocasiões o Senhor também demonstra grande satisfação em estar na presença de seus amigos, não que a comida seja de maior importância, e de fato não é, mas é justamente naquele momento de comunhão que o Espírito Santo desenvolve em nós um dos principais elementos para o Corpo de Cristo: a unidade. É durante os momentos de comunhão que cada indivíduo do grupo passa a conhecer seu próximo, suportar as diferenças entre eles, compreender as carências uns dos outros, e assim a unidade vai sendo estabelecida. O Senhor Jesus deu muita importância à comunhão como mecanismo de geração de unidade em seu grupo. Sem unidade os apóstolos não teriam perseverado em permanecer no cenáculo “até que do Alto fossem revestidos de poder” (Lc 24.49; At 1.4). A última oração de Cristo antes da sua crucificação foi pela unidade da Igreja: “a fim de que todos sejam um... eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade...” (leia Jo 17). A unidade é como o perfeito sincronismo entre as peças de um motor, do contrário o motor não funciona. Um bom exemplo bíblico encontrado para unidade está no Salmo 133, escrito por Davi: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes; como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.” “Sião” aqui representa a igreja, nela o Senhor ordena sua benção. “Não temas, ó filha de Sião; eis que o teu Rei vem assentado sobre o filho de uma jumenta” (Jo. 12:15). “Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos (Hb 12:22). A palavra união, citada no verso 1 do Salmo 133, não está bem aplicada em nossa tradução. O original hebraico “yachad” significa unidade, ou literalmente a menor fração de unidade, a porção indivisível. Já a palavra união nos dá a idéia de ajuntamento, e não é esse o sentido empregado na expressão original. Unidade é quando o grupo torna-se indivisível, e esse é o fruto da comunhão: a geração de unidade. Davi tenta expressar a força da unidade nos versos 2 e 3: “É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão... como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião...” A pessoa de Arão descrita aqui aponta para autoridade, assim como o Monte Sião representa o lugar de onde Yahweh reina: “porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.” (leia também Mq 4.7). É difícil para a nossa mente caída compreender o real significado da unidade. É como uma bênção indescritível ordenada por Deus. Davi viu a unidade no seu grupo (2Sm 23.8-23). A força da unidade é algo difícil de mensurar, se é que seja possível medi-la. Porém a unidade torna uma equipe invencível, assim como foram os valentes de Davi, e também como foi a Igreja Primitiva: “eis que enchestes Jerusalém dessa vossa doutrina” (At 5.28) e “estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui” (At 17.6). Como foi que essa unidade começou? “ e perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão...” A comunhão é o principal fator para geração de unidade na Igreja, e a unidade é o principal fator para o avanço do Reino de Deus na Terra.

3. Partir-do-pão

“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus?” (1Jo 3.17) “ e perseveravam… no partir do pão...” (At 2.42) Certa vez o Senhor contou uma parábola assim: Certo homem vinha de Jerusalém pelo caminho e foi abordado por bandidos, que lhe roubaram tudo e ainda o agrediram, machucando-o gravemente. Por coincidência passava por ali um sacerdote (ou poderia dizer “pastor” em nossos dias) e não o ajudou. Logo depois passou também um levita (ou poderia dizer “diácono” ou “presbítero”) e também não o ajudou. Mas passando um pecador, vendo-o, teve compaixão daquele homem e o ajudou, tratando das feridas e o hospedando em uma pousada, tudo por conta dele... Esta história está narrada em Lc 10.25-37, e Jesus a contou a fim de responder a um fariseu, ou “um religioso de destaque” em nossos dias, quem era o nosso próximo, e ordenou que, aquele que pensa ser religioso, que seja misericordioso e compassivo e proceda assim também! Cada dia eu estou mais convencido que os dias finais da Igreja estão muito próximos, e o que mais me atenta para isso não são as guerras nem os terremotos, mas é o amor de quase todos que está se esfriando. No original grego, a palavra que descreve amor é justamente “ágape”, o amor compaixão, o amor misericórdia, o amor caridade. E eu pergunto, nós por nós mesmos temos esse amor? Não, então de onde vem? Do Pai. Ou seja, esse amor que se esfriará é dos “crentes”, dos que pensam ser religiosos, dos que um dia foram alcançados por esse amor e dele foram cheios... Perdoem-me a sinceridade irmãos, mas a compaixão está longe de ser uma virtude dos evangélicos em nossos dias. Eu me sinto tão envergonhado disso que não tenho coragem de admitir que sou um cristão, mas digo que estou tentando ser um cristão. Quantos irmãos agora, nesse exato momento, estão com as geladeiras vazias e são membros participantes em nossas igrejas... e a nossa geladeira como está? Ah irmãos... E o seu carro? Quanto custa o seu carro? Ah irmãos... qual a marca e o modelo do jumento de Paulo ou dos apóstolos? Jesus teve algum jumento? Não sei, mas hoje temos tudo isso e não estendemos a mão a “quase” ninguém... por que quase? Por que só ajudamos aquelas pessoas que temos simpatia, que estão vivendo de conformidade com o nosso padrão de mérito para receber alguma ajuda. Deus, tem misericórdia de nós!!
Irmãos sabem qual será o padrão de separação das ovelhas dos bodes lá naquele Dia? “Quando, pois vier o Filho do homem na sua glória, e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e diante dele serão reunidas todas as nações; e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim. E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.” (Mt 25.31-46) Caso você ainda não tenha compreendido a verdade a respeito dessa passagem, eu quero de dizer que isso acontecerá no último Dia. Essa situação narrada por Jesus não é uma parábola, nem uma ilustração, mas é uma narrativa do que de fato ocorrerá no Julgamento Final: Quando vier o Filho do homem na sua glória, este se assentará no seu trono e todas as nações serão reunidas diante dele, e ele separará uns dos outros como o pastor que separa as ovelhas dos cabritos... Isso irá acontecer! E esse dia está cada vez mais próximo!! Portanto, fiquemos com a mensagem de João Batista: “Aquele que tem duas túnicas, reparta com o que não tem nenhuma, aquele que tem alimentos, faça o mesmo.”(Lc 3.11) Se queremos ser verdadeiros cristãos, testemunhas de Jesus, representantes do Reino de Deus, então já sabemos o que devemos fazer: “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando” (Jo 15.14).

4- Orações

“Orai sem cessar” (1Ts 5.17) “ e perseveravam… nas orações.” (At 2.42) O Senhor Jesus iniciou seu ministério com jejum e oração por 40 dias, logo após ser batizado (Mc 1.12-13, ver também Mt 4.1-2 e Lc 4.1-2). Além disso, o Senhor orou muito em seus 3 anos e meio de ministério (Mt 14.23; Mt 26.36-44; Mc 6.46; Lc 6.12; Lc 9.28; Lc 11.1; Lc 18.1-8). Os apóstolos buscaram a presença de Deus por 40 dias em oração conforme a ordem Dele antes de iniciarem o ministério da Igreja (At 1.14). O Ap. Paulo permaneceu em Damasco orando, aguardando pela visita de Ananias para que lhe recuperasse a visão (“pois ele está orando” -At 9.11). Em todo tempo Paulo exorta a Igreja à oração (Rm 12.12; Ef 6.17-18; Fp 4.6; Cl 4.2-4). E por que não oramos? É muito triste a constatação que um pastor do qual eu sou muito próximo tem feito em seus congressos. Ele costuma realizar pesquisas anônimas com perguntas assim: “quantas horas de televisão você assiste por dia?”, e a resposta normalmente é: de 3 a 4 horas. E aí tem outra pergunta assim: “e quantas horas de oração você tem dedicado por dia?” A resposta da maioria esmagadora é: menos de uma hora. Na grande maioria não passa de 10 minutos de oração por dia. E isso é no Brasil inteiro! Um dia possui 1440 minutos (um mil quatrocentos e quarenta minutos!). Você acha que seja razoável para um cristão orar 10 minutos de 1440 que ele tem no dia? Você tem idéia do quanto isso representa? 10 minutos de oração representam 0,7% de um dia inteiro! Você considera esse um tempo de qualidade para um cristão? Você acha que Deus escolherá esse irmão para levar o Evangelho do Reino às nações? Você acha que um irmão com 10 minutos de oração está preparado para assumir alguma função no Reino? Pois 95% dos que se intitulam evangélicos no Brasil não dedicam mais do que 10 minutos diários de oração. Isso não é fantasia, é estatística. Fantasia é eu pensar que com essa triste realidade veremos a Igreja triunfar em nossas cidades, conquistando toda a Terra para Jesus. Orar é falar com Deus, entrar na intimidade Dele e conhecê-lo de verdade. O salmo 91 diz assim: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo...” Habitar não é dar uma passada rápida de 10 minutos não! Habitar significa morar lá, não sair de lá, é montar cabana lá e ficar. Quem habita lá tem uma cópia da chave, está por lá o tempo todo, é fácil encontrá-lo lá, escondido junto do Altíssimo. Eu te pergunto: você tem uma cópia da chave? Lá é o lugar onde o Altíssimo se esconde... você conhece o caminho? Tem a permissão para entrar? Ah irmãos! Como disse Paulo: orai sem cessar! Certa vez aconteceu que Tiago foi preso e morto por Herodes. E não demorou para que Pedro também fosse preso para o matarem, porém havia oração incessante por parte da igreja a favor dele (At 12.5). Pedro não morreu pois o Senhor o livrou pelas orações da igreja, mas Tiago morreu. Iremos nos conformar com as afrontas do inferno contra a Igreja? Iremos aceitar o mundo contra nós? Porque devemos orar sem cessar, irmãos? Porque a oração é o combustível que move o coração de Deus a nosso favor. É a oração que faz com que o céu se movimente e os anjos trabalhem para o nosso triunfo. Não foi por outro motivo que Paulo recomendou: orai sem cessar. A Igreja Primitiva foi vitoriosa em seu chamado porque perseverou nesses quatro pilares: doutrina dos apóstolos, comunhão, partir-do-pão e oração. Não encontro em toda a Bíblia nenhuma condição para que nós, a Igreja de nosso tempo, sigamos outro caminho diferente dos apóstolos. Creio mesmo é que devemos seguir seus passos, sem tirar nem acrescentar nada.