segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

PELO FRUTO OS CONHECEREIS!

 Após Jesus chamar os 12 homens para com Ele caminhar, uma disciplina (discipulado) foi iniciada com estes homens. Disciplinar alguém, ou ensinar alguém, sobre uma mentalidade que não pertence a este mundo, não é uma tarefa muito fácil. O Evangelho nada mais é que uma mudança em nosso pensar, em nossa cultura, em nossas convicções... Por isso, toda palavra que sai da boca de Jesus é um espírito (mentalidade) que resulta em uma qualidade de vida.
Vimos nos Evangelhos, que na religião judaica, os cultos e os ritos, geraram naqueles que eram responsáveis por sua execução uma roupagem (aparência - hipocrisia) falsa e acabaram por transformá-los em homens maus:
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que edificais os sepulcros dos profetas e adornais os monumentos dos justos, E dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas. Assim, vós mesmos testificais que sois filhos dos que mataram os profetas. Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade; Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar.
Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração.
Mateus 23:29-36
Jesus advertiu os discípulos: “Ajuntando-se entretanto muitos milhares de pessoas, de sorte que se atropelavam uns aos outros, começou a dizer aos seus discípulos: Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia.” Lucas 12:1
Esta “geração má” é fruto de uma religiosidade perniciosa. Portanto, qualquer que seja o tempo ou a época em que se vive, corremos o risco de transformar o ensino, ou a disciplina em algo que nos transforme em homens maus. Olhando para outro texto, vemos um ensino como uma advertência aos discípulos que estavam com Jesus pelo Caminho da consciência ou de um novo espírito (mentalidade):
Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Mateus 7:15-20
Ocorre que é em João que encontramos uma parábola que insere o  contexto “árvore, varas e frutos”:
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, vara que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.
Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. João 15:1-6
É possível alguém “estar em Jesus” e não dar fruto? Sim. Jesus disse: “Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira”... Por que? Simples. A reunião é feita em Nome de Jesus, a oração também, bem como a operação de sinais e prodígios, mas pode não estar frutificando. Ora, mas estamos fazendo tudo em Nome de Jesus e não estamos frutificando?
Existe uma expressão muito sutil que passa despercebida pelos nossos olhos quando estamos lendo esta parábola: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto”. Quando praticamos as boas obras a que fomos chamados a realizar no Nome de Jesus, estamos nEle. Mas quando o processo que nos conduz para estas boas obras, não vem da nossa vontade, nem do nosso esforço, mas sim da vontade de Cristo, Ele está em nós! Discernir isto precisa de uma ferramenta: Evangelho.
Hoje vamos aprender que ferramenta é esta e como devemos usá-la para discernir quais as intenções que brotam dos nossos corações: se vem de Cristo ou se são frutos de nós mesmos.
Transformar o Evangelho numa religião foi o maior erro que o homem poderia ter feito; porque as sistematizações que fizeram a partir do Evangelho, mudaram aquilo que era simples em um conceito eclesiástico e de hierarquias. Jesus sempre advertiu os discípulos acerca dessa tentação:
Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus? E Jesus, chamando um menino, o pôs no meio deles, E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Portanto, aquele que se tornar humilde como este menino, esse é o maior no reino dos céus. E qualquer que receber em meu nome um menino, tal como este, a mim me recebe. Mateus 18:1-5
E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. Mateus 23:5-7
Quando a obra de Deus em nós é forçada por um processo de visibilidade aos olhos de terceiros, de reconhecimento humano, de glória pessoal, ou de afirmação no meio, tudo isto é um processo religioso, pernicioso e característico de uma geração má. Assim podemos estar em Cristo, porém Cristo não está Se movendo em nós! Não é uma operação do Espírito, ainda que em Nome de Jesus mortos sejam ressuscitados, cegos vejam e paralíticos andem, mas o fato é que Ele não está em nós!
Jesus disse que o Pai busca encontrar em nós uma mentalidade (espirito) e uma disciplina (verdade) que nos faça adorá-lo conforme Cristo O adorou. A mente de Cristo deve ser a nossa mente, os processos em Cristo para fazer as boas obras devem ser os mesmos que atuam em nós.
Assim, agora podemos discernir o texto: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas”. Jesus não está falando de outro homem diferente de nós e que vem até nós “vestido de ovelha” NÃO! Jesus está dizendo para nós, que somos seus discípulos, que devemos reconhecer em nós mesmos este homem que faz as boas obras, porém a árvore que NOS supre para as boas obras não é a VIDEIRA VERDADEIRA. “mas, interiormente, são lobos devoradores. Um “lobo devorador” é um animal em nós pronto para nos consumir, um animal carnívoro, que se alimenta da nossa carne, e mata nossa verdadeira espiritualidade (mentalidade de Cristo)
A única pessoa, além do Espirito Santo, que pode reconhecer em si mesma a qualidade do seu fruto somos nós. Se pretensiosamente estivermos a julgar a qualidade de um fruto alheio estaremos incorrendo em outra advertência antes dessa:
Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. Mateus 7:1-5
Todo fruto alheio julgado por nós, gerará um justo juízo de Deus acerca da frutificação que estamos manifestando, que nos qualificará e nos julgará na mesma medida. Portanto, não podemos transformar o Evangelho, e a disciplina que dele decorre, em julgamentos de terceiros:
Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia a ira e da manifestação do juízo de Deus; O qual recompensará cada um segundo as suas obras... Romanos 2:1-6
Paulo diz que o “juízo de Deus é segundo a verdade” justamente porque só o Espirito Santo de Deus conhece qual seja a intenção verdadeira da boa obra que se manifesta, se ela procede de uma boa árvore ou de uma árvore má.
Amados, não ignoreis isto:

Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens à fé, mas somos manifestos a Deus; e espero que nas vossas consciências sejamos também manifestos. Porque não nos recomendamos outra vez a vós; mas damo-vos ocasião de vos gloriardes de nós, para que tenhais que responder aos que se gloriam na aparência e não no coração 2 Coríntios 5:10-12